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TECNOLOGIA NA PRODUÇÃO É TEMA DE DEBATE NA EXPODIRETO

03 mar

Após um período de quedas, de 2014 a 2016, o setor de máquinas agrícolas voltou a apresentar crescimento nas vendas, desde o segundo semestre do ano passado. Para 2017, a expectativa é de crescimento de 10% a 15%, conforme entidades que representam a indústria. Esse foi o tema que abriu, nessa terça-feira, o ciclo Debates Correio do Povo Rural, realizado na Casa do Correio do Povo/Grupo Record RS, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, com a presença de representantes de empresas do setor. As próximas edições dos debates ocorrem nesta quarta e quinta-feira.

O aquecimento na demanda tem sido percebido pela indústria do setor desde o final do ano passado e tende a se refletir nos negócios fechados durante a Expodireto Cotrijal. O mercado de tratores, por exemplo, fechou 2016 com queda de 4% nas vendas, mas uma reação começou a ser percebida nos últimos meses. Segundo o diretor comercial da LS Tractor, André Rorato, a demanda chega a estar ?até um pouco fora da curva?, já que a venda de tratores tradicionalmente começa a se acelerar apenas em março. Ele ponderou, no entanto, que ainda há lentidão na liberação de crédito, em especial nos bancos que dependem de recursos do BNDES. ?Isso deve melhorar. Há uma sinalização do governo de aumentar as linhas de financiamento?, acrescentou.

A escassez de novas áreas para plantio no Rio Grande do Sul deve intensificar o desafio da produtividade, o que pode ser constatado especialmente no caso da soja ?  que deve alcançar produção recorde nesta safra, mesmo em uma área praticamente estável. Para Vanderlei Zart, representante comercial da São José Industrial, a tecnologia é um fator preponderante no aumento de produtividade. ?O que de fato vai fazer a nossa produção ano a ano é a agricultura de precisão, em que você tem controle do que pode estar fazendo. Aí está o grande salto que estamos dando em produtividade?, observou.

Apesar da expectativa de retomada nos negócios e da importância da tecnologia embarcada na produção agrícola, a busca pela sustentabilidade das vendas ainda desafia o setor. Para Siegfried Kwast, diretor do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers), o setor vive uma espécie de ?efeito sanfona?, em que a falta de previsibilidade na economia prejudica os investimentos. ?Se o Brasil adotasse um plano safra plurianual de cinco anos, saberíamos que os juros são válidos para cinco anos, além das dotações anuais do Moderfrota, do Moderinfra, e assim por diante?, defende.

Fatores como este fazem com que o país, na opinião de Kwast, esteja no nível quatro, de uma escala de zero a dez, em se tratando de tecnologia agrícola. Conforme o dirigente, cerca de 40% dos produtores já utilizam a tecnologia embarcada de ponta e a tendência é de crescimento cada vez mais rápido. Outro desafio citado por Kwast está relacionado ao aspecto do desenvolvimento genético das plantas. ?À medida em que as cultivares vão se tornando mais produtivas, em contrapartida vão se tornando mais exigente na nutrição de planta, na defesa fitossanitária e também na questão de água, que é o ?veículo? que leva os nutrientes?, explicou. Kwast destacou ainda a posição do Brasil como país exportador de tecnologia agrícola, que se tornou uma referência para nações de clima semelhante na América Latina, na África e na Ásia.

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